Manuel Pinto da Costa & Fidel Castro
A relação entre Manuel Pinto da Costa e Fidel Castro foi marcada pela cooperação política, militar e social entre São Tomé e Príncipe e Cuba no período pós-independência. Ambos os líderes partilhavam ideais anti-imperialistas e defendiam o fortalecimento dos países africanos recém-independentes através da educação, saúde e defesa.
O Apoio Cubano à Independência de São Tomé e Príncipe
Quando São Tomé e Príncipe conquistou a sua independência de Portugal, a 12 de julho de 1975, Manuel Pinto da Costa, então primeiro Presidente do país, estabeleceu relações diplomáticas com Cuba, um dos primeiros países a reconhecer a soberania santomense.
Fidel Castro, que já apoiava os movimentos de libertação em Angola e Moçambique, viu em São Tomé e Príncipe um parceiro estratégico em África. Assim, Cuba começou a fornecer apoio técnico e militar ao governo de Pinto da Costa, ajudando a consolidar a nova nação independente.
Cooperação Militar e Segurança Nacional
Face ao risco de instabilidade política e interferências externas, Cuba enviou assessores militares e instrutores para São Tomé e Príncipe. Estes especialistas ajudaram na organização e estruturação das forças armadas santomenses, garantindo a defesa da jovem república contra tentativas de desestabilização.
A presença cubana no arquipélago seguia a mesma estratégia aplicada em Angola, onde tropas cubanas apoiaram o MPLA contra facções apoiadas pelos Estados Unidos e África do Sul durante a guerra civil angolana. Embora em menor escala, o apoio cubano ajudou a consolidar o governo de Pinto da Costa nos primeiros anos da independência.
Educação e Saúde: O Legado Cubano
Para além da cooperação militar, Cuba desempenhou um papel essencial na formação de profissionais santomenses. Durante o governo de Pinto da Costa, centenas de estudantes santomenses receberam bolsas de estudo para estudar em universidades cubanas, principalmente nas áreas de medicina, engenharia e ciências sociais.
O setor da saúde foi igualmente beneficiado. O governo cubano enviou médicos e professores para São Tomé e Príncipe, ajudando a estruturar o sistema de saúde pública e a formar profissionais locais.
Uma Relação de Longo Prazo
Mesmo após a saída de Pinto da Costa do poder em 1991, as relações entre São Tomé e Príncipe e Cuba mantiveram-se fortes. Quando Pinto da Costa regressou à presidência em 2011, a cooperação entre os dois países foi reafirmada, com especial enfoque no setor da saúde.
A relação entre Manuel Pinto da Costa e Fidel Castro simboliza um período de solidariedade e apoio entre países do Sul Global. Cuba teve um papel crucial no fortalecimento das nações africanas recém-independentes, e esse impacto continua visível, especialmente no legado educacional e na presença de profissionais santomenses formados em Cuba.